sábado, 6 de março de 2010

Lunar (Moon)


Talvez o nome Duncan Jones não lhe diga muita coisa, mas se dissermos que ele é filho de David Bowie (David Robert Jones, o nome verdadeiro), as coisas talvez fiquem mais interessantes. Mas Duncan Jones não seguiu os passos do pai músico, resolveu trabalhar com Cinema, e em 2009 lançou seu primeiro longa-metragem, Lunar (Moon).
Lunar é um filme de ficção científica, mas bem diferente do que se lançam atualmente. É um suspense psicológico. Na solidão do lado escuro da Lua, a 450.000 KM de distância da Terra, Sam Bell (interpretado por Sam Rockwell) ganha a vida coordenando a extração de hélio-3 da superfície da Lua para fins energéticos na Terra. Sam está na Lua, sozinho, há 3 anos, é o seu contrato com a empresa Lunar. Na verdade, Sam tem a companhia do computador/robô Gerty (dublado por Kevin Spacey), vemos aí, já, uma influência de Duncan - que também escreveu o roteiro -, de 2001: Uma Odisséia no Espaço. Sam não tem contato direto com a Terra, o satélite de comunicação está quebrado e a única forma de contato é via mensagens gravadas que sua esposa envia ocasionalmente. Sam trabalha, se exercita, rega plantas, constrói maquetes, joga pingue-pongue sozinho, tentando fazer o tempo passar, tentando não enlouquecer. Até que Sam sofre um acidente, sozinho, fora da base, no meio da Lua. Quando Sam acorda ele vê... Sam! E é aí que todo o suspense psicológico entra em ação, a árdua tarefa de Sam encarar Sam, e vice-versa. Aí vemos quão competente Sam Rockwell é, tendo que interpretar o mesmo personagem duas vezes, sendo que um está sempre reagindo ao outro que é ele mesmo. Você já pensou qual seria a sua reação a uma ação de um outro você?
O filme é belíssimo, com um belo cenário, incrivelmente simples, que te leva a lembrar de outros filmes scifi. Aliás, outra coisa incrível do filme foi seu orçamento: 5 milhões de dólares. As cenas externas da Lua, quando Sam sai num veículo lunar para inspecionar os extratores de hélio-3, são todas maquetes em menor escala, como se faziam nos antigos filmes scifi. Há muito pouco CGI no filme, a computação gráfica encarregou-se apenas de retocar as maquetes para ficarem incrivelmente realistas, e criarem Gerty.
Duncan Jones começou de forma magistral como diretor. O filme estreou em Sundance e ganhou oito prêmios em 2009.

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