
Em 1967 George Lucas se formou em Cinema na U.S.C. em Hollywood. Nesse mesmo ano ele apresentou num festival de curtas de estudantes seu primeiro curta-metragem, um sci-fi misterioso chamado "THX 1138". Naquele mesmo ano, um outro aluno de cinema - mas da UCLA -, um garoto barbudo, chamado Francis Ford Coppola, tinha a ideia de criar uma empresa para financiar seus filmes e filmes de outros jovens diretores, para saírem da mesmice de Hollywood. Aí, em parceria com George Lucas, fundaram a American Zoetrope. A American Zoetrope foi a primeira produtora de filmes fora do eixo de Hollywood, sua base era São Francisco. Dizem até, que Coppola foi o primeiro presidente de uma empresa a instalar uma máquina de cappuccino para os funcionários e colocar uma mesa de bilhar para recreação. Isso era 1968, imagine.
Pois enfim, em 1971 a American Zoetrope lança seu primeiro filme: THX 1138. Calma, lembre-se que George Lucas fez apenas um curta-metragem para a faculdade. Em 1971 ele lançou o longa-metragem. Vejam como eram as coisas naquela época: o primeiro filme de um ilustre desconhecido, produzido por Coppola e estrelado por Robert Duvall. Vá lá, naquela época Coppola ainda não era o que é hoje. Mas foi nessa mesma época que ele fez O Poderoso Chefão, e já tinha em mãos o roteiro de Apocalypse Now - que, pra quem não sabe, originalmente era um projeto da American Zoetrope para o George Lucas dirigir.
Mas voltemos a THX 1138. É um filme misterioso. O filme se passa não se sabe onde, nem em qual ano, só percebemos que é num futuro. Nenhum personagem tem nome, THX 1138 é o "nome" do personagem interpretado por Robert Duvall. THX 1138 trabalha numa linha de produção de andróides. A vida de todos nessa "base" é formada através de cálculos. Não há romance, há cálculos, é a matemática quem decide quem deve morar junto com você. Não há sexo desnecessário. Todos são controlados com remédios. O filme não detalha muito o regime, mas o lema é "da massa para as massas". Neste futuro tudo é padronizado. Todos vestem branco, todos têm a cabeça raspada, todos vivem de acordo das mesmas regras, tudo é igual, pasteurizado, homogêneo, branco, vazio. THX 1138 é uma pessoa triste. Ele questiona o resultado matemático de sua companheira, acha que ela não é boa pra ele. THX 1138 questiona a eficácia dos remédios.
THX 1138 é um filme sobre um futuro sórdido, vazio, esquematizado, controlado. É uma visão depressiva, mas não tanto fantasiosa. Assim como 1984 não é. O medo do terror fez muitas sociedades voltarem-se para o controle exagerado atualmente. Veja a dificuldade que é hoje para viajar de avião. Estamos numa sociedade que não é controlada contra sua vontade, mas controlada por demanda popular. Depois do 11 de setembro a vasta maioria clamou por segurança. Além disso, os poderosos souberam usar muito bem o medo como plataforma de manterem-se no poder. THX 1138 é uma visão plausível de um futuro que pode ser nosso. No filme, essa padronização e excesso de segurança dura já tanto tempo, que as pessoas pararam de questionar, simplesmente tornaram-se submissos. Mas claro, não podemos generalizar e pensar que toda a humanidade aceitaria essa imposição. Assim como na vida real nada é unânime, no filme também não é. THX 1138 resolve fugir.
Para um primeiro filme, George Lucas o dirigiu magistralmente. Belas tomadas, ângulos, belos cenários e um roteiro muito interessante.
Pois enfim, em 1971 a American Zoetrope lança seu primeiro filme: THX 1138. Calma, lembre-se que George Lucas fez apenas um curta-metragem para a faculdade. Em 1971 ele lançou o longa-metragem. Vejam como eram as coisas naquela época: o primeiro filme de um ilustre desconhecido, produzido por Coppola e estrelado por Robert Duvall. Vá lá, naquela época Coppola ainda não era o que é hoje. Mas foi nessa mesma época que ele fez O Poderoso Chefão, e já tinha em mãos o roteiro de Apocalypse Now - que, pra quem não sabe, originalmente era um projeto da American Zoetrope para o George Lucas dirigir.
Mas voltemos a THX 1138. É um filme misterioso. O filme se passa não se sabe onde, nem em qual ano, só percebemos que é num futuro. Nenhum personagem tem nome, THX 1138 é o "nome" do personagem interpretado por Robert Duvall. THX 1138 trabalha numa linha de produção de andróides. A vida de todos nessa "base" é formada através de cálculos. Não há romance, há cálculos, é a matemática quem decide quem deve morar junto com você. Não há sexo desnecessário. Todos são controlados com remédios. O filme não detalha muito o regime, mas o lema é "da massa para as massas". Neste futuro tudo é padronizado. Todos vestem branco, todos têm a cabeça raspada, todos vivem de acordo das mesmas regras, tudo é igual, pasteurizado, homogêneo, branco, vazio. THX 1138 é uma pessoa triste. Ele questiona o resultado matemático de sua companheira, acha que ela não é boa pra ele. THX 1138 questiona a eficácia dos remédios.
THX 1138 é um filme sobre um futuro sórdido, vazio, esquematizado, controlado. É uma visão depressiva, mas não tanto fantasiosa. Assim como 1984 não é. O medo do terror fez muitas sociedades voltarem-se para o controle exagerado atualmente. Veja a dificuldade que é hoje para viajar de avião. Estamos numa sociedade que não é controlada contra sua vontade, mas controlada por demanda popular. Depois do 11 de setembro a vasta maioria clamou por segurança. Além disso, os poderosos souberam usar muito bem o medo como plataforma de manterem-se no poder. THX 1138 é uma visão plausível de um futuro que pode ser nosso. No filme, essa padronização e excesso de segurança dura já tanto tempo, que as pessoas pararam de questionar, simplesmente tornaram-se submissos. Mas claro, não podemos generalizar e pensar que toda a humanidade aceitaria essa imposição. Assim como na vida real nada é unânime, no filme também não é. THX 1138 resolve fugir.
Para um primeiro filme, George Lucas o dirigiu magistralmente. Belas tomadas, ângulos, belos cenários e um roteiro muito interessante.
O filme é sensacional, denso é verdade e isto pode assustar algumas pessoas, mas isto não tira a genialidade do filme.
ResponderExcluirO que me fascina em ficções (falando aqui a grosso modo) é que pegam elementos atuais e os catalisam para um futuro, fazendo com que a nossa percepção fique mais aguçada.
Nesta questão da segurança, milhares de ficções trazem isto, e realmente em especial depois de 11 de setembro uma série de coisas foram feitas. É terrivél pega rum avião e as cidades procuram cada vez mais colocar cameras pelas ruas, mas não analisam o quão eficiente ela é e que consequencias podem ter. Creio que poderiam investir em outros frontes e teriam resultados mais sólidos, mas a ideia geral de policia dando porrada, vigiando e punido é muito forte.
Há também toda uma hipocrisia (digamos assim) nestas políticas de segurança, como por exemplo, na cidade onde moro, Blumenau, temos a maior oktoberfest das américas e blah blah blah. Tem um projeto de lei circulando pela camara municipal pretendendo proibir o consumo de alcool nas ruas e praças sob o pretexto de segurança, mas durante a oktoberfest (que aqui é uma festa da cerveja, muita cerveja e chopp) esta lei abriria exceção. Mesmo que durante este periodo a violencia aumente, devido ao lucro gerado pela festa, se ignora. É uma segurança de acordo com certas vontades... Algo muito complexo e profundo para discutir num comentário.
Ps: procurei outros textos do filme, mas encontrei cópias da wikipédia, aqui não é uma cópia, muito bacana isso!!
Abraços!